Actividades do Nucleo

 
 
 
 
 


A cultura não é um capricho nem um luxo, todos temos cultura, a cultura não é uma "coisa" hermética nem elitista. A cultura não pode ser tratada com uma visão economicista ou apenas como um bem de consumo, ela é uma necessidade no desenvolvimento dos povos e deve ser afirmada e dignificada na sua dimensão simbólica, de representatividade e de parceria da vida da comunidade, na sua expressão de diversidade, tanto a nível local, regional ou internacional.

A Cultura é um sistema de relações entre pessoas, comunidades e imaginários, é necessária ao bem-estar social e é transversal a todas as áreas da sociedade, desde a área social, à área económica e à educação. Quando se escreve um livro, organiza uma exposição ou se produz um espectáculo, a cultura não é apenas os criadores, as obras ou os eventos, são estes mas são também as relações e representações simbólicas que se criam com os receptores.

O Manifesto em defesa da Cultura é um movimento de cidadãos para cidadãos, que não defende exclusivamente o ponto de vista dos produtores ou dos artistas. Quando se refere à cultura, refere-se à cultura artística, ao património, à investigação cultural e ao movimento associativo popular de dinamização cultural. Quando falamos de trabalhadores da cultura referimo-nos aos artistas, aos técnicos, aos promotores, aos investigadores, aos dirigentes associativos e aos activistas.

Quando falamos dos ataques que a cultura tem sofrido nos últimos tempos, falamos de uma cada vez maior escassez de meios para a criação e para a preservação do património, são cada vez mais as associações culturais, os cineclubes, os museus, as companhias teatrais e de dança, os músicos, as filarmónicas, os realizadores, os artistas plásticos e as colectividades que estão a ser obrigadas a suspender o seu trabalho cultural e artístico ou a encerrar a sua actividade.

Todos nós, temos o dever de defender a cultura, de exigir e tentar contribuir com novas soluções e novas formas de acção. No fundo o que nos querem tirar aos poucos… é a possibilidade de sonhar, e isso não podemos definitivamente deixar que aconteça!!!!
 
 
INTERVENÇÃO NA REUNIÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO BARREIRO, NO DIA 4 DE OUTUBRO
 
Senhor Presidente, senhores e senhoras vereadoras, demais representantes autárquicos e público presente : O tema que aqui me traz é do interesse de todos, independentemente da camisola que vestem.

Representando um movimento de cidadãos que em todo o país se tem manifestado, cujos princípios estão consignados no “MANIFESTO EM DEFESA DA CULTURA”, de que vos deixo um exemplar, ao qual os cidadãos do Barreiro não ficaram indiferentes e sentiram convictamente a vontade de o apoiar e participar ativamente.

As iniciativas consignadas no MANIFESTO têm como objeto:

▪ Denunciar a situação de catástrofe, social, cultural e civilizacional que as políticas de austeridade do Governo e da Troika estão a provocar;

▪ Afirmar na rua a exigência de mais investimento na cultura, da nossa meta imediata de 1% do Orçamento do Estado para a Cultura, tendo como objectivo a atingir gradualmente, 1% do PIB para a Cultura;

▪ Exigir o cumprimento da Constituição da República no que toca às garantias pelo Estado de um serviço público de cultura e do livre acesso à criação e fruição culturais.

Sendo que a CULTURA é um somatório de valores, costumes e tradições, a CRIAÇÂO, admiração e divulgação cultural são os alicerces da formação identitária e coesão social de uma sociedade que se quer mais livre onde o SER é também PERTENCER.
Ora o SABER E A CULTURA, são o obstáculo maior à arrogância dos poderes eivados de autoritarismo bacoco, disfarçado, mas sempre à espera de uma oportunidade que, normalmente, lhe é proporcionada por crises geradas pelo poder financeiro.

O país não tem Ministério da CULTURA pela importância que para eles (governo) isso significa, mas um governo não é uma nação, por isso aos eleitos pela população deste concelho a quem compete, naturalmente, a defesa dos interesses dos munícipes, pugnar pela defesa da cultura é um dever, nas suas diversas vertentes , do património material e imaterial, das tradições populares, tal como apoiar a criação artística. Face ao que nos é dado a entender, das ameaças ao FUTURO, exige-se uma tomada de posição face a atual situação da CULTURA, mas também contra todos os tipos de austeridade que ameaçam os direitos das populações, visando a mercantilização e consequente elitização da CULTURA.

Por isso O Manifesto em defesa da Cultura apela a todos os cidadãos, trabalhadores da cultura e das artes, a todas as estruturas de criação e produção culturais que partilham e lutam por estes objetivos, que se juntem a nós nesta luta, participando nas suas diversas iniciativas locais.

PELA PLENA IGUALDADE DE DIREITOS E DEVERES, NUMA SOCIEDADE MAIS LIVRE E JUSTA.
BEM HAJA

Armindo Fernandes